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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

No Brasil, 132 mil infartos são causados pelo estresse do dia a dia


Matéria do Globo Repórter do dia 27/08/2010.


Será que existe um jeito de fugir do estresse? O aposentado Bruno Barabani, de 78 anos, diz que aprendeu e dá um exemplo. Conta o que faz quando, por engano, fecha outro carro no trânsito complicado de São Paulo: “eu espero o cara passar do meu lado. Ele vai me xingar e eu digo: ‘sabe de uma coisa? Você tem toda razão’. Pronto, o cara dá um sorriso e fica tudo bem”.

Manter a cabeça fria. É cada vez mais complicado. E cada vez mais a ciência confirma: o estresse é uma fonte interminável de doenças. Se fosse possível acabar com as preocupações do dia a dia, 132 mil infartos poderiam ser evitados por ano no Brasil. É um terço do total de 400 mil infartos que acontecem todos os anos no país.

“Estresse e depressão, que nós falamos fatores psicossociais, estiveram associados com infarto agudo do miocárdio, do ponto de vista de importância, acima de fatores chamados convencionais, como diabetes e pressão alta”, explica Álvaro Avezum, cardiologiasta da Sociedade de Cardiologia de São Paulo.

E não é só o coração que sofre. Os músculos do corpo ficam tensos. No começo pode ser uma dorzinha chata, no pescoço. Logo depois parece que o ombro vai ficando travado. Tudo isso, com o passar do tempo, só vai aumentando, piorando. A pressão é enorme. Você parece que está sendo engolido por sensações muito desagradáveis. Irritação, depressão, cansaço, uma dificuldade de fazer qualquer tarefa. Uma enorme confusão. E você não sabe por onde sair.

Quando a costureira Vânia Diniz chegou ao instituto de ortopedia do Hospital das Clinicas de São Paulo, ela já não sabia mais o que fazer. Há seis anos, sofria de uma ardência, uma dor forte no abdômen. Ela fez vários exames e a dor continuava.
O diagnóstico surpreendeu. Ela estava estressada. Corria para cumprir os prazos de entrega da confecção que mantém com o marido. O estresse tinha virado dor. Mas o que surpreendeu mais ainda foi o tratamento. Em vez de paciente, ela virou aluna de educação física. Ela estava descrente de que os exercícios pudessem fazer efeito, mas decidiu seguir em frente.

Nem mesmo Alexandre Menegaz, professor de educação física do Hospital das Clínicas de São Paulo sabia da desconfiança dela. Alexandre explica que a confiança é fundamental para que as pessoas percam o medo da dor. Os exercícios liberam um hormônio chamado dopamina, que traz alívio e sensação de bem-estar.

Atualmente, ela dá sempre um jeito de parar um pouco o trabalho para fazer os exercícios que foram receitados. A acupuntura no abdômen completa o tratamento. “Faz quase dois meses que eu não tenho mais dor. É inacreditável”, conta Vânia.

“A motivação tem que sair de dentro, daquilo que eu sinto que posso mudar. Tentar lembrar das pequenas coisas que te fazem bem e guardar elas dentro e dar uma importância e uma intensidade maior para elas. Nossa tendência é dar uma intensidade enorme para o problema e olhar muito pouco para o que a gente tem de prazer ou de bom na nossa vida”, revela Adriana Loducca, psicóloga do HC/USP

Bruno conta que demorou a se dar conta disso. Só foi aprender a viver mais tranquilo aos 75 anos. “Eu aprendi a viver de uns três anos para cá. Eu ouvia dizer ‘a felicidade está nas pequenas coisas’. Entrava por um ouvido e saía pelo outro. Precisou passar por um monte de coisas para eu saber o valor destas palavras.”

E quanta coisa ele passou. Adolescente, ele era alto e magro. Motivo de piada no bairro. Para vencer o complexo, reagiu. Estressou e muito os músculos. Um estresse positivo: virou um campeão, levantador de peso. Com cinco olimpíadas no currículo. Hoje, quase aos 80, está treinando arco e flecha.

Mas achou que a concentração já não era mais a mesma. “No arco e flecha que você precisa desligar de tudo, se você estiver desligado em alguma coisa não adianta que você vai errar todas as suas chances que você for dar. Tem que estar sereno, tem que estar zen.”

Para conseguir mais concentração, Bruno decidiu participar de uma pesquisa na Universidade Federal de São Paulo. Ficou interessado numa terapia japonesa, o Reiki, que os pesquisadores iriam usar para o controle de estresse de idosos.

“A grande questão é que o estresse negativo, aquele estresse que prejudica as funções do corpo e da mente, muitas vezes pode ser um mal silencioso, pode não ser percebido pela pessoa portadora do estresse. Mas Bruno procurou tratamento, fez uma avaliação e passou por um clínico, um psiquiatra. Depois ele passou a primeira vez pela máquina. E nós detectamos que, apesar dele não perceber, tinha um nível de estresse que poderia estar prejudicando algumas funções da vida dele”, diz Ricardo Monezi, pesquisador da UNIFESP.

A avaliação é feita em um equipamento que mede o estresse. A temperatura, e as atividades elétrica e muscular do corpo são monitoradas.

A técnica de relaxamento é simples. A terapeuta põe as mãos sobre o paciente: testa, peito e em várias partes do corpo.

“Uma das hipóteses que nós trabalhamos é a presença da pessoa do terapeuta e principalmente a eficácia do toque. Como um fator de humanidade, um fator que traz conforto, alguma coisa que traga bem-estar”, avalia Ricardo.

O cardiologista Álvaro Avezum explica que o modo como enfrentamos os problemas é decisivo para o desenvolvimento ou não de doenças.

“Quando discutimos a questão do sentimento, em geral tem sentimentos que, reconhecidamente, eles são nocivos para o nosso equilibrio. Exemplo: raiva, revolta, rebeldia, remorso. A solidão, para alguns pesa. Então é como a pessoa vivencia a situação estressora é que é o determinante do impacto negativo do estresse”, afirma o cardiologista.

É o que dizem dez entre dez especialistas, pode não ser fácil mas é preciso relaxar. Bruno já ajudou muita gente a descontrair: há 50 anos fazia ponta nos filmes do Mazaropi.

Assista o vídeo no endereço abaixo:
http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2010/08/no-brasil-132-mil-infartos-sao-causados-pelo-estresse-do-dia-dia.html

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